domingo, 1 de novembro de 2009

Prova Integrada, aula descolada... que piada!!!

Apesar de eu ter como formação superior o curso de Letras, sou totalmente contra a visão fragmentada de alguns educadores e escolas que supervalorizam as áreas de Português e Matemática.
Tive a sorte – ou o azar – de passar por diversas experiências com alunos. Já lecionei para alunos desde os três anos até os dezoito, em ensino regular; e para todas as idades em cursos de idiomas. Desta forma, carrego comigo o olhar tanto de um professor fragmentado – com licenciatura em uma matéria específica – quanto o generalizado – com magistério e atuando.
Tanto para os pequenos quanto para os grandes, a maior parte das pessoas envolvidas com educação na escola não entendem que, assim como o aluno é um ser completo, sua formação também deve ser, dentro do possível.
Durante alguns anos, fui coordenadora da área de Língua Inglesa em uma famosa rede de ensino particular. Nesse período, me sentia em outro planeta, pois a prioridade da escola sempre era o Português e a Matemática. Eles queriam investir tanto nessas áreas e deixar as outras, que acabavam deixando era de formar um bom aluno. Sempre que outras disciplinas precisavam de materiais ou mesmo espaço no quadro de horário, o que era pedido acabava sendo perdido para essas áreas de conhecimento. Quanto mais eles pediam, menos resultados surgiam. As pessoas que coordenavam a escola, infelizmente, não compreendiam a importância das aulas e História, Geografia, Arte, Inglês, Ciências etc. Não posso culpá-los, pois nosso país valoriza em excesso essas áreas.
Todos os professores deveriam ter contato com todas as disciplinas, pois só assim poderiam compreender a necessidade de cada pedacinho de conhecimento ensinado aos alunos. Tenho visto problemas absurdos de conteúdo em alunos de idade escolar, justamente advindos da falta de contato com essas outras matérias, que são praticamente ‘pinceladas’ na vida deles.
Ainda nessa rede que fui coordenadora, praticavam um tipo de avaliação que unia as disciplinas, de modo a fazer o aluno perceber a importância de ver O MUNDO INTEGRADO. Bonito, né? Eu também achava, até praticar aquilo e descobrir que era muito lindo, como muitas coisas na educação, apenas no papel. Fazer AVALIAÇÃO INTEGRADA levava a maior parte dos alunos a desistir de ler as questões, pois quem se formava naquilo mesmo eram os pobres professores. Na rotina, a importância era do Português e da Matemática e no dia da prova era uma integração – algo que nem eles sabiam direito o que era.
Diz o ditado que “quem espera sempre alcança”. Eu espero, pacientemente, o dia em que os profissionais envolvidos com educação não precisem estabelecer um quadro de horários compartimentados – assim como os conteúdos – e que valorizem a educação como um todo. Polivalentes ainda vão enxergar a importância da formação contínua nas disciplinas dadas – a maioria não se liga nisso. Licenciados em matérias específicas ainda vão conseguir enxergar algo além de seu próprio umbigo e irão trabalhar em equipe... Será?

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